O historiador João Pedro Marques escreveu vários artigos[1] no Observador criticando o discurso de Lídia Jorge no dia 10 de junho de 2025[2]. A sua preocupação foi apontar os “erros” da escritora. "A ideia de que teriam existido 10% de negros em Portugal no século XVII é um disparate", escreveu João Pedro Marques. É claro que as estatísticas desse tempo são difíceis de verificar, tendo em conta as limitações dos registos e o desaparecimento de muitos deles no terramoto de 1755. De qualquer modo, o alegado "disparate" foi tão só a possível confusão entre a população portuguesa total e a população de Lisboa. Um livro de 1554, de Cristóvão Rodrigues de Oliveira, estimou a população de Lisboa em meados do século XVI na ordem das 100 000 pessoas, das quais 9950 seriam escravos[3]. Para o conjunto da população portuguesa, a percentagem de escravos no século XVI oscilaria entre 3% ( estimativa de A.C. Sauders) e 5% (estimativa de Vitorino Magalhães Godinho). Nos séculos seguintes - e foi ao século XVII que Lídia Jorge se referiu -, a percentagem teria ficado entre 3% e 4% da população total[4]. Uma carta do bispo de Santiago (Cabo Verde) dirigida ao Rei de Portugal, presumivelmente escrita entre 1625 e 1646 (o original não tem data), referiu "um milhão de escravos no Reino e seus estados"[5]. Mas o número ou percentagem não afeta o argumento de Lídia Jorge: a presença de africanos na população portuguesa, não é coisa de agora. Portanto, ainda que a “frase dos 10%” de Lídia Jorge possa ser factualmente inexata, considerá-la um "disparate" foi um gesto infeliz de João Pedro Marques. Como infeliz foi, no mínimo, o uso da expressão dúbia e maldosa “fez várias afirmações factualmente erradas, o que talvez não admire”.
João Pedro Marques escreveu que o discurso de Lídia Jorge "permite que se estabeleça um paralelo róseo e benevolente com a presente situação da imigração no nosso país". Todavia, em parte alguma do discurso do dia 10 de junho são feitas comparações ou considerações sobre a "situação atual da imigração". O seu discurso teve outro objetivo: desconstruir a ideia de "raça pura" num contexto em que o passado é, ou deve ser, assumido com honra e orgulho, mas sem prejuízo da consciência da verdade histórica.
Quando Lídia Jorge referiu a "inauguração" do tráfico de escravos intercontinental não quis reivindicar pioneirismo para os portugueses. Em todo o caso, há que recordar as datas. Os primeiros escravos africanos os só chegaram à América do Norte em 1502. Colombo chegou à América em 1492. O tráfico intercontinental de escravos iniciou-se de oeste para leste, da América para a Europa. Mas, como o próprio Brion Davis assinalou no seu The Problem of Slavery in Western Culture - o livro que João Pedro Marques recomendou num dos seus artigos -, tudo aconteceu muito depois de os portugueses terem iniciado o tráfico de negros de sul para norte, de África para a Europa. "As viagens africanas promovidas pelo Infante D. Henrique de Portugal prepararam o caminho para a primeira travessia do Atlântico; e quando Colombo chegou a Lisboa em 1477, o tráfico de escravos negros já era um negócio florescente"[6]. As "partilhas" de escravos chegados de África começaram pelo menos em 1444, em Lagos. Quando se estabeleceu o tráfico de África para o continente americano, o papel de Portugal foi tudo menos menor. É claro que os portugueses não inventaram a escravatura nem o tráfico intercontinental. Mas o seu papel primordial no século XV é reconhecido pelos historiadores. Arlindo Caldeira, por exemplo, escreveu: "Coube aos portugueses o papel pouco honroso de terem iniciado o tráfico de escravos no Atlântico, uma vez que o avanço das caravelas lhes tinha permitido encontrar uma alternativa às tradicionais rotas transarianas. E durante cerca de 180 anos, entre 1444 (chegada a Portugal do primeiro grande contingente de escravos) e 1621 (fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais), praticamente detiveram o exclusivo desse comércio"[7]. Ao contrário do que sugeriu João Pedro Marques, Lídia Jorge mencionou esse papel de Portugal não para aumentar a culpabilização, mas pela razão mais simples: a verdade histórica.
Em meados do século XVI, o dominicano Fernando Oliveira (1507-1581) escreveu: "Nós fomos os inventores de tão mau-trato, nunca visto nem ouvido entre humanos. Não se achará nem razão humana consente que jamais houvesse no mundo trato público e livre de comprar e vender homens livres e pacíficos, como quem compra e vende alimárias, bois ou cavalos e semelhantes. [...] Torno a dizer da cor piedosa que damos ao cativeiro desta gente , que a mim parece cor e não razão suficiente para nos escusar de culpa. Dizemos que os fazemos cristãos e trazemos a estado de salvação, e as almas valem mais que o serviço, e liberdade corporal, e pois [porque] lhes ministramos espiritualidades não é mal receber deles temporalidades. Assim o diz São Paulo. Mas nós não temos a mesma razão que São Paulo nem semelhante porque não se faz assim como dizemos, nem como ele fazia. Os que vão buscar esta gente [...] não pretendem sua salvação e consta que, se lhes tirarem o interesse, não irão lá. [ ... ] Nem se deve fazer mal para vir bem. Fazer-lhes sem justiça para os trazer a estado de salvação, não é doutrina apostólica, nem São Paulo a admite por sua [...]. E a mim me parece que seu cativeiro é bem dezarrezoado [fora de razão] quanto é da nossa parte, porque eles não nos ofendem, nem nos devem, nem temos justa causa para lhes fazer guerra, e sem justa guerra não os podemos cativar, nem comprar a cujos não são [a quem não pertencem]"[8] .
Não se prendem como escravos"[9].
se têm uns com os outros guerra,
A mais terra é chão sem serra”[10].
João Pedro Marques teve alguma razão quando afirmou que "a contestação a esse tráfico e à escravidão só se tornou comum a partir do último terço do século XVIII", mas já não a teve quando, pelo facto de não saber de alguém que tenha criticado o tráfico de escravos nos séculos anteriores, concluiu que essa crítica não existiu e que Lídia Jorge estava “enganada”. A crítica não foi generalizada ("comum", no dizer de João Pedro Marques), mas existiu.
Tal como Fernando de Oliveira no século XVI, o jesuíta António Vieira (1608-1697), foi, no século XVII, um crítico dos maus-tratos infligidos aos escravos. A opinião de Vieira nesta matéria tem sido alvo de controvérsia, frequentemente contaminada com tentativas de instrumentalização e partidarização da História. Em 2017, foi colocada no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, uma estátua do Padre António Vieira, representado de pé, erguendo uma cruz e ladeado por três crianças ameríndias. Em poucos dias, realizaram-se manifestações contra e a favor da estátua. Apesar de opostos, os manifestantes tinham o mesmo pressuposto: a estátua representava o colonialismo português e a exploração do trabalho escravo. Um pressuposto errado. Pensar que quem encomendou e quem esculpiu a estátua pretenderam homenagear ou sequer evocar o colonialismo e o esclavagismo é estultícia. Como qualquer fotografia da estátua evidencia, o que ela representa é o melhor de Vieira: a atitude que tomou em relação ao povo indígena e escravizado do Brasil. Os dois grupos de manifestantes, radicalmente opostos, tinham uma caraterística comum: a ignorância. A esta, juntou-se a estupidez e o vandalismo quando, em 2020 a estátua apareceu pintada com a palavra "descoloniza". Enquanto pessoas como a escritora Alice Vieira se indignaram pelo significado do ato[11], outras, como Pedro Cardim, professor de História, num artigo publicado no jornal Expresso, criticou a estátua por evocar e enaltecer o colonialismo, e considerou que Vieira foi um defensor do esclavagismo[12]. Compreender a posição e a opinião de Vieira é mais complexo do que parece. A oposição ao cativeiro e escravização está bem clara no teor da carta que escreveu ao rei D. Afonso VI, em 1657: "Senhor, os reis são vassalos de Deus, e, se os reis não castigam os seus vassalos, castiga Deus os seus. A causa principal de se não perpetuarem as coroas nas mesmas nações e famílias é a injustiça, ou são as injustiças, como diz a Escritura sagrada; e entre todas as injustiças nenhumas clamam tanto ao céu como as que tiram a liberdade aos que nasceram livres, e as que não pagam o suor aos que trabalham; e estes são e foram sempre os dois pecados deste Estado, que ainda têm tantos defensores. [...] As injustiças e tiranias, que se têm executado nos naturais destas terras, excedem muito as que se fizeram em África. No espaço de quarenta anos se mataram e se destruíram por esta costa e sertões mais de dois milhões de índios, e mais de quinhentas povoações como grandes cidades, e disto nunca se viu castigo. Proximamente, no ano de mil seiscentos e cinquenta e cinco, se cativaram no rio das Amazonas dois mil índios, entre os quais muitos eram amigos e aliados dos portugueses, e vassalos de V. M., tudo contra a disposição da lei que veio naquele ano a este Estado, e tudo mandado obrar pelos mesmos que tinham maior obrigação de fazer observar a mesma lei; e também não houve castigo: e não só se requer diante de V. M. a impunidade destes delitos, senão licença para os continuar!"[13] .
O sociólogo Esser Jorge Silva, observou: "A defesa exercida pelo jesuíta em relação aos índios, impedindo a sua transformação em escravos, é sem dúvida um ato de coragem. O enfurecimento dos colonos brasileiros do século XVII, que assim se viam privados da mão-de-obra graciosa dos índios, é bem conhecido". Esser Silva lamentou que não tivesse sido tão corajoso com os negros [14].
Vieira retratou com nitidez o sofrimento dos escravos africanos, que chegou a comparar com o sofrimento de Jesus Cristo, e estabeleceu a igualdade da condição de "filhos de Deus" a todas as raças, mas ainda assumiu a ideia da escravidão dos africanos como uma espécie de preço a pagar pelo acesso ao conhecimento da mensagem cristã. Ainda assim, o sermão aos escravos do engenho da cana-de-açúcar legou-nos uma descrição nítida – e crítica - da exploração: "Eles mandam, e vós servis; eles dormem, e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam o fruto de vossos trabalhos, e o que vós colheis deles é um trabalho sobre outro. Não há trabalhos mais doces que os das vossas oficinas; mas toda essa doçura para quem é? Sois como as abelhas, de quem disse o poeta: Sic vos non vobis mellificatis, apes. - O mesmo passa nas vossas colmeias. As abelhas fabricam o mel sim, mas não para si"[15]. Apesar de colocar a salvação acima da liberdade, Vieira não considerou o cativeiro como necessário para a salvação. Considerou-o sim como um obstáculo à plena realização dos homens convertidos[16]. Vieira, que reivindicou a libertação dos escravos índios, não pode ser considerado um abolicionista, mas não deixou de condenar com palavras expressivas o comportamento e a própria condição dos "senhores" de escravos: "Certo que eu antes quisera dar conta pela sua parte que pela vossa. O escravo escusar-se-á com o seu senhor; mas o senhor, com quem se há de escusar? O escravo poder-se-á escusar com o seu pouco entendimento, com a sua ignorância: mas o senhor, com que se escusará? Com a sua muita cobiça? Com a sua muita cegueira? Com faltar à piedade? Com faltar à humanidade? Com faltar à cristandade? Com faltar à fé?"[17].
Vieira não foi o único no seu tempo. O terceiro volume dos 'Monumenta missionaria africana', publicado em 1964, incluiu uma carta dirigida ao rei de Portugal, sem data, e assinada apenas por "o bispo de Santiago" (Cabo-Verde)[18]. A carta denunciou a forma como os nativos eram presos à força e sem motivo - "de sorte que dizem os práticos que de mil escravos que vêm ao Reino, novecentos são mal cativos" - e apelou à libertação dos escravos convertidos. António Brásio, o editor dos Monumenta, atribuiu a autoria da carta a Pedro Brandão, que foi bispo em Cabo Verde entre 1588 e 1608. Todavia, este bispo e alguns dos seus sucessores, estiveram pessoalmente envolvidos no negócio dos escravos. Por essa e outras razões, Jorge Fonseca atribuiu a autoria da carta a Lourenço Garro, que assumiu a diocese entre 1625 e 1646[19].
Chegamos assim à conclusão do historiador Arlindo Manuel Caldeira: "Se quiséssemos sintetizar, diríamos que, do século XV até ao século XVIII, no mundo ocidental, a instituição escravatura é praticamente incontestada, sendo aceite com a maior naturalidade. O tráfico de escravos é visto com menos condescendência, mas não deixa de ser considerado necessário e, mediante determinadas condições, perfeitamente legítimo. Isto não quer dizer que, ao longo desses séculos, muita gente não tenha manifestado compaixão ou mesmo indignação pela situação dos escravizados e sobretudo pela forma iníqua como se processava a aquisição de escravos e o seu transporte entre as duas margens do Atlântico. Os próprios monarcas peninsulares puseram por vezes aos seus conselheiros laicos e eclesiásticos a questão sobre se seria ou não legítima a forma como se realizava o tráfico de escravos"[20]. Lídia Jorge não estava “enganada”. O mesmo passado esclavagista de Portugal também teve vozes críticas muito antes do último terço do século XVIII.
[1] Considerações sobre um discurso de Lídia Jorge; Observador, 11/6/2025; https://archive.is/20250611134608/https://observador.pt/opiniao/consideracoes-sobre-um-discurso-de-lidia-jorge/#selection-2255.122-2255.225; Os três erros de Lídia Jorge; Observador, 18/6/2025; https://observador.pt/opiniao/os-tres-erros-de-lidia-jorge/?fbclid=IwY2xjawL8unJleHRuA2FlbQIxMQABHgDE0tXeRH7k7SB1EptinwgMdXFD_VTkbcPm_Q-; 3KJRQ0ivgQyUTYKN6Ccaw_aem_-jkaHBq77R2z9Z_Hc-ocSQ; Onde andará a esquerda que preza a verdade?; Observador, 6/8/2025; https://observador.pt/opiniao/onde-andara-a-esquerda-que-preza-a-verdade.
[2] O texto integral do discurso de Lídia Jorge na íntegra pode revisitar-se nesta hiperligação: https://www.unige.ch/lettres/roman/application/files/7217/4973/5515/Discurso_de_Lidia_Jorge_nas_comemoracoes_do_10_de_Junho_de_2025_em_Lagos.pdf.
[3] Cristóvão Rodrigues de Oliveira, Sumario e[m] que breuemente se contem alguas cousas assi ecclesiasticas como seculares que ha na cidade de Lisboa; Germão Galharde, Lisboa, 1554; Versão digitalizada da Biblioteca Nacional: https://purl.pt/14435/4. Esta estimativa foi referida por vários historiadores, nacionais e estrangeiros. Por exemplo: Joaquim Romero Magalhães, A Sociedade – Os Escravos e os Emigrantes, in História de Portugal, direção de José Mattoso, 3º Vol. – No Alvorecer da Modernidade (1480-1620); Círculo de Leitores, Lisboa, 1993, pág. 471. John L. Vogt, The Lisbon Slave House and African Trade, 1486-1521; in Proceedings of the American Philosophical Society, Vol. 117, N.º 1, 16/2/2017; https://www.jstor.org/stable/985944.
[4] Arlindo Manuel Caldeira, A escravidão em Portugal: uma longa história; in Revista História & Luta de Classes, Brasil; pp. 48-65; https://dev.historiaelutadeclasses.com.br/upload/arquivo/2021/05/68b2e63a491b2926eb4fecbc08264932a2208bd6; pp. 52-53.
[5] "Nem se afearia [ficaria desfigurado] o Reino com a mistura do sangue, como vemos. Nem haveria tantos pecados, porque pode ser que há um milhão de escravos no Reino e seus estados, e todos vivem amancebados, porque seus senhores não lhes permitem ordinariamente receber o sacramento do matrimónio, para não se desacomodarem do serviço, com grande injúria que lhes fazem, e ofensa a Deus, outros consentem os pecados das escravas, pelo interesse dos filhos, que lhes ficam também por escravos". Bispo de Santiago, Carta ao Rei de Portugal, s/data; in António Brásio, Monumenta missionaria africana; 2ª. Série, Vol. III; Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1964, p. 442-445; https://repositorio.ulisboa.pt/handle/10451/34736. Ibidem, pp. 443-444. Adaptei para a ortografia atual.
[6] David Brion Davis, The Problem of Slavery in Western Culture; Oxford Univ. Press, Nova York, 1966; https://dokumen.pub/download/the-problem-of-slavery-in-western-culture-0801401011-0195056396.html; pág. 8.
[7] Arlindo Manuel Caldeira, Escravos e traficantes no Império Português. O comércio negreiro português no Atlântico durante os séculos XV a XIX; Esfera dos Livros, Lisboa, 2013; https://dokumen.pub/download/escravos-e-traficantes-no-imperio-portugues-o-comercio-negreiro-portugues-no-atlantico-durante-os-seculos-xv-a-xix-1nbsped-9789896264789.html; pág. 29.
[8] Fernando de Oliveira, Arte da Guerra do Mar, Coimbra 1555; Parte I, Capítulo IV. Transcrevi, adaptando a ortografia, a partir da versão digitalizada da edição original disponibilizada pela Biblioteca Nacional: https://purl.pt/22935/4/res-275-v_PDF/res-275-v_PDF_24-C-R0150/res-275-v_0000_capa-capa_t24-C-R0150.pdf. O texto citado está nas páginas 30 e 31 do ficheiro pdf digitalizado. O livro Arte da Guerra do Mar teve várias edições: Arquivo Histórico da Marinha, 1937; Edições 70, 2008. Existe uma edição da Obra Completa de Fernando de Oliveira, da F.C. Gulbenkian, Lisboa, 2022. O livro Arte da Guerra do Mar está no Vol. II dessa edição.
[9] Francisco de Sá de Miranda, Poesias; Halle / Mass Niemeyer, 1885; https://pt.scribd.com/document/137750701/Poesias-de-Francisco-de-Sa-de-Miranda#; Écloga II - Basto, estrofe 544, pág. 176. Adaptei para a ortografia atual.
[10] Garcia de Resende, Miscelânea, 1554; ed. França Amado, Coimbra, 1917; https://pt.scribd.com/doc/123397254/Miscellanea-e-variedade-de-historias-costumes-casos-e-cousas-que-em-seu-tempo-aconteceram-por-Garcia-de-Resende#; estrofe 58, pág. 23. Adaptei para a ortografia atual.
[11] "Anda tudo doido... eu estou a escrever a biografia do senhor, quer isto dizer que quando o livro for publicado (se a editora não voltar atrás...) vai ser queimado como no tempo da Inquisição?" Paula Freitas Ferreira, Alice Vieira: "É ignorância. Não sabem quem foi o Padre António Vieira", Observador, 12/6/2020; https://www.dn.pt/pais/alice-vieira-isto-e-ignorancia-nao-sabem-quem-foi-o-padre-antonio-vieira-12304485.html.
[12] Pedro Cardim, Para uma visão mais informada e plural do padre António Vieira, Expresso, 25/6/2020; https://expresso.pt/opiniao/2020-06-25-Para-uma-visao-mais-informada-e-plural-do-padre-Antonio-Vieira.
[13] António Vieira, Carta de 20 de abril de 1657 a D. Afonso VI dando notícias das missões no Maranhão; Facsimile disponibilizado pela Biblioteca Nacional: https://purl.pt/27147/4; in Cartas do Padre António Vieira, ed. Lúcio de Azevedo, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1925; https://pt.scribd.com/document/364117627/Cartas-de-Padre-Antonio-Vieira-TOMO-I-JLA-pdf#; pp. 467-468. [14] Esser Jorge Silva, O Ébano nos sermões do padre António Vieira, Mais Guimarães, 8/11/2017; https://maisguimaraes.pt/o-ebano-nos-sermoes-do-padre-antonio-vieira/.
[15] António Vieira, Sermão do Rosário - XIV (1633); in Obras Completas, Vol XI, pág 307 e seg.s. Versão digital: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000032pdf.pdf.
[16] Neste sentido, a observação de Alcir Pécora, A escravidão nos sermões do Padre Antonio Vieira; in Estudos Avançados, Vol. 33, N.º 97, 2019, pp. 153-170; https://www.academia.edu/112001726/A_escravid%C3%A3o_nos_serm%C3%B5es_do_Padre_Antonio_Vieira; pág. 158.
[17] António Vieira, Sermão do Espírito Santo, 1657; http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000019pdf.pdf.
[18] António Brásio, Monumenta missionaria africana; 2ª. Série, Vol. III; Agência Geral do Ultramar, Lisboa, 1964,; https://repositorio.ulisboa.pt/handle/10451/34736; p. 442-445.
[19] Jorge Fonseca, Dom frei Lourenço Garro, bispo de Santiago, o verdadeiro autor de um texto antiesclavagista do século XVII; in Lusitania Sacra, N.º 32, julho-dezembro de 20215; pp. 181-198; https://revistas.ucp.pt/index.php/lusitaniasacra/article/view/5500/5321.
[20] Arlindo Manuel Caldeira, Escravos e traficantes no Império Português. O comércio negreiro português no Atlântico durante os séculos XV a XIX; Esfera dos Livros, Lisboa, 2013; https://dokumen.pub/download/escravos-e-traficantes-no-imperio-portugues-o-comercio-negreiro-portugues-no-atlantico-durante-os-seculos-xv-a-xix-1nbsped-9789896264789.html; pág. 42.